Estávamos com uma grande dúvida sobre qual ilha conhecer em nosso último dia em Los Roques. Em nosso roteiro havíamos programado Madrisquí para o último dia, já que ela é a ilha mais próxima de Gran Roque e teríamos que voltar um pouco mais cedo para pegar o voo as 17:00.
Mas também havíamos lido sobre Bajo Fabian, um pequeno banco de areia que fica uns 20 minutos distante de Gran Roque. Optamos por ir a Bajo Fabian e acabamos não conhecendo Madrisquí, que é uma das ilhas mais famosas de Los Roques.
Mas não nos arrependemos, Bajo Fabian foi um dos pontos altos de nossa visita ao arquipélago.
Sobre Bajo Fabian: é um pequeno banco de areia no meio do mar (e que mar) em Los Roques. Ele deve medir algo como 10 metros de comprimento por uns 50 metros de largura.
Em volta de Bajo Fabian o mar é calmo, raso e com várias tonalidades de azul. Andamos uns 500 metros mar adentro e a água chegou no máximo na altura do umbigo. Foi um dos melhores banhos de mar de Los Roques.
Muitas gaivotas e alguns pelicanos ficam no banco de areia. O passatempo principal deles é pescar, mas também ficam de olho pra ver se ganham alguma comida dos turistas. Basta erguer as mãos com um pedaço de pão que dezenas de gaivotas vêm rodear e beliscar o pão.
Ficamos cerca de 5 horas em Bajo Fabian. Apesar do tamanho pequeno do lugar, não ficamos entediados. Bajo Fabian é um paraíso, eu ficaria 10 horas lá tranquilamente. Foi uma grande experiência, nos sentimos como náufragos, perdidos no meio do mar. Foi um dos lugares mais incríveis que conhecemos em Los Roques.
A ilha de Noronqui em Los Roques fica uns 20 minutos distante de barco de Gran Roque, a ilha principal. Visitamos ela no final da tarde, na volta do passeio que fizemos a ilha de Carenero.
Existem 3 Noronquis: Arriba, Medio e Abajo. Fomos em Noronqui Arriba, que é a mais famosa.
A ilha possui uma praia não muito grande. A faixa de areia não é muito larga e possui algumas pedrinhas. Ao fundo muita vegetação. O mar é calmo e agradável para um banho. Como já era no fim do dia, o mar não estava com a coloração azul ou verde que a incidência da luz solar proporciona.
Noronqui foi a ilha aonde vimos mais guaripetes (pequenos lagartos). Eles são muito curiosos. É só deixar qualquer coisa no chão que eles vêm xeretar, não têm medo da gente.
Noronqui tem uma estrutura de madeira com bancos e mesas.
Como estávamos cansados do passeio em Carenero, ficamos sentados nos bancos enquanto algumas pessoas do grupo caminhavam pela praia ou faziam snorkel.
Ficamos quase 1 hora na ilha. Saímos de lá e fomos direto pra Gran Roque.
Conhecemos ilhas muito mais bonitas e interessantes que Noronqui. Não que ela seja feia, mas é que Los Roques tem lugares que são bem acima da média.
Carenero ficará para sempre marcado em nossas memórias. Essa ilha é demais, destino imperdível em Los Roques. Ela fica cerca 40 minutos distante de barco de Gran Roque.
Carenero está na mesma direção de Cayo de Água, assim muitos barqueiros conciliam as duas no mesmo dia. Não recomendamos de forma alguma isso, a não ser que você tenha poucos dias em Los Roques. Tanto Carenero como Cayo de Água são ilhas para passar o dia e não conhecê-las de forma picada.
Infelizmente as fotos não passam Carenero como ela é. Ao vivo é muito mais bonito.
O mar é manso, raso, lindo e tem várias tonalidades de azul.
A faixa de areia não é tão larga, mas é bacana.
E Carenero tem um clima, um ambiente indescritível.
Quando estávamos programando nosso roteiro para Los Roques tínhamos pensado em fazer Cayo de Água e Carenero no mesmo dia, já que ficavam próximas. Mas por sugestão do Chichi, o capitão do barco da Pousada Guaripete, deixamos um dia para Cayo de Água e outro para Carenero, já que as duas ilhas mereciam um dia inteiro segundo ele. E o Chichi estava certo.
Logo que chegamos em Carenero o Chichi nos levou fazer um snorkel na Laguna Azul, que segundo ele seria incrível. Caminhamos até a ponta esquerda e viramos para a parte de trás da ilha. Entramos na água e caminhamos uns 100 metros mar adentro, sempre seguindo o Chichi. A caminhada não foi fácil, havia muitas pedras no fundo da água e nós estávamos com as nadadeiras.
Com a água na altura da cintura nadamos mais uns 100 metros mar adentro, por cima de pedras e corais. De repente o mar ficou mais fundo e surgiu uma imensidão azul. Lindo demais.
Eu fiquei em êxtase, esse lugar é magnífico.
Peixes não tinham muitos, mas vimos arraia, polvo e lindos corais. Teve gente do nosso grupo que viu até tubarão.
Mas o que mais marcou foi a beleza do local. Surreal.
Já fizemos snorkel ou mergulho em Fernando de Noronha, Maragogi e Curaçao. Mas esse de Carenero foi o melhor de todos. Principalmente pela beleza do lugar.
Quando voltamos ao guarda sol o Chichi nos explicou que ele é o único guia que leva o grupo fazer esse snorkel. Realmente, tinham vários grupos de outras pousadas em Carenero e nós fomos os únicos que fizemos esse snorkel.
Depois de ficarmos um tempo descansando, comendo e curtindo o visual, resolvemos sair para explorar outro ponto de Carenero. Caminhamos um pouco para o lado direito direito e descobrimos uma pequena trilha que começava atrás de uma casa de pescadores.
A trilha era muito curta, uns 30 metros, e dava na parte de trás da ilha, numa linda praia. Não havia ninguém por lá, a praia estava deserta.
Caminhamos uns 100 metros para esquerda, onde o mar era protegido e formava uma linda piscina natural rasa e azul bem clarinho.
Que lugar lindo, se pudesse ficaria uns 3 meses relaxando nesse local.
Voltamos ao guarda-sol e mais tarde, já quase na hora de ir embora, fomos até um pequenino banco de areia que tínhamos avistado perto do local que tínhamos feito snorkel.
São coisas desse tipo que fazem com que Los Roques seja um destino especial.
No meio da tarde saímos de Carenero e ainda passamos para conhecer Noronqui antes de retornarmos para Gran Roque.
Consideramos Carenero como a melhor ilha de Los Roques. A mais bonita é Cayo de Água, mas Carenero por sua beleza, pelo snorkel, pelo mar e pelo ambiente foi escolhida por nós como a melhor entre todas as ilhas que conhecemos em Los Roques.
A nossa expectativa para conhecer Cayo de Água era muito grande, já que ela é considerada pela maioria das pessoas que visitam Los Roques como a ilha mais bonita do arquipélago. Além da areia clara e do mar azul bebê, Cayo de Água também é famosa por seu istmo (pequena faixa de terra cercada por água dos dois lados).
A viagem até Cayo de Água é um pouco demorada, cerca de 1 hora de barco desde Gran Roque. Esse foi o dia que o barco mais chacoalhou. Ficamos com as nádegas quadradas. A dica é sentar no fundo do barco, local que você vai sentir menos as batidas.
Depois de 1 hora de viagem nos aproximamos de Cayo de Água.
Que espetáculo.
A ilha estava praticamente deserta. Havia apenas 1 casal com o filho. Pulamos do barco e fomos direto ao istmo para tirar fotos, aproveitando que não havia ninguém para atrapalhar.
A maré estava alta e por isso o mar estava encobrindo o istmo. Eu tinha visto algumas fotos de Cayo de Água com a faixa de areia do istmo mais larga. Mas a maré só iria abaixar no final da tarde, horário que já não estaríamos mais lá. Que pena. Mas as fotos ficaram lindas mesmo assim.
Enquanto estávamos tirando as fotos o capitão do barco montou nossos guarda-sóis e cadeiras. Com o acampamento base montado saímos para explorar Cayo de Água. Atravessamos o istmo e fomos caminhando em direção ao farol.
Levamos uns 30 minutos para chegarmos até o farol, andando calmamente por uma praia linda, com faixa de areia larga, mar calmo e azul, azul, azul. Entramos no mar e ficamos um tempo curtindo por lá.
Quando voltamos ao guarda-sol já havia mais pessoas na ilha. Mas não chegou a lotar, o clima ficou bem tranquilo, a não ser por dois kitesurfistas que insistiam em chegar perto dos banhistas.
Depois de comermos o nosso lanche, fomos explorar a parte de trás da ilha. Ali fizemos snorkel. O mar é transparente, com poucos peixes e corais. Mas valeu mesmo assim.
Cayo de Água foi a ilha mais bonita que conhecemos em Los Roques. Não só de Los Roques. É a ilha e a praia mais bonita que já conhecemos. Passeio obrigatório para quem visita o arquipélago.
Em nossa avaliação consideramos Cayo de Água como a mais bonita, mas elegemos Carenero como a melhor ilha de Los Roques, considerando vários aspectos além da beleza.
A maioria dos passeios que vão a Cayo de Água também passa por Dos Mosquises, uma ilha vizinha onde fica um projeto de preservação de tartarugas marinhas, como o Tamar. Eu tinha lido vários relatos que essa visita à Dos Mosquises não valia a pena. Propomos ao grupo para que ficássemos somente em Cayo de Água, o que foi aceito por todos. Ainda bem, assim pudemos aproveitar mais a ilha.
Alguns barqueiros fazem Cayo de Água e Carenero no mesmo dia. Não aconselhamos isso, a não ser que você tenha pouco tempo. Tanto Cayo de Água como Carenero são ilhas para passar o dia.
Na volta de Cayo de Água para Gran Roque passamos por 2 ilhas vizinhas, Sarquí e Espenquí. Não valeu muito a pena, as 2 ilhas não tem nada demais e esse tempo seria muito melhor aproveitado em Cayo de Água.
Sarquí e Espenquí são duas ilhas vizinhas, localizadas em Los Roques, uns 20 minutos distantes de barco de Gran Roque. Nós as conhecemos rapidamente, ficamos uns 30 minutos em cada ilha.
Nós havíamos passado o dia em Cayo de Água, que é a ilha mais bonita de Los Roques. Na volta de Cayo de Água para Gran Roque, paramos em Sarquí e Espenquí, elas ficam no meio do caminho.
Não gostamos do que vimos. Foi a ilha mais feia que conhecemos em Los Roques. Tudo bem que existem alguns fatores que podem ter contribuído negativamente para nossa avaliação de Sarquí. Estava nublado (o sol influencia muito na beleza de uma praia), garoava bem de leve e tínhamos acabado de voltar de Cayo de Água, que era linda demais.
Depois da primeira impressão negativa, para piorar constatamos que Sarquí não tinha uma praia “ficável”, já que a faixa de areia formava um barranquinho e tinha muita vegetação, pelo menos nesse ponto em que estávamos.
Então resolvi fazer um snorkel, mas não vi nada, foi o pior snorkel que fiz em Los Roques. Resumindo: não indico Sarquí, a não ser que exista alguma parte da ilha que seja mais interessante.
Subimos no barco de depois de uns 5 minutos navegando chegamos em Espenquí, a ilha vizinha.
A grande atração dela é a concentração de estrelas do mar.
Espenquí é bem parecida com Sarquí, a diferença é que a faixa de areia é mais plana, mas também com muita vegetação.
Estrelas do mar já tínhamos visto na Laguna de Rabusquí, não era nenhuma novidade para o grupo. Teria sido mais interessante ficarmos uma hora a mais curtindo Cayo de Água e não termos conhecido Sarquí e Espenquí. Achamos as duas ilhas dispensáveis.
Crasquí foi uma das ilhas que mais gostamos em Los Roques. Ela não fica muito longe de Gran Roque, cerca de 20 minutos de barco. Ela é uma das ilhas mais “estruturadas” do arquipélago, o que significa que ela possui uns 3 restaurantes e uma dezena de casas de moradores e abrigos de pescadores.
Não ficamos o dia todo em Crasquí. Antes de nos fixarmos nela passamos pelos seguintes lugares de Los Roques: Boca de Cote, Palafito, Laguna de Rabusquí e Pelona de Rabusquí. Chegamos em Crasquí por volta do meio dia e ficamos por lá até o final da tarde.
O Chichi (capitão do nosso barco) nos deixou no melhor trecho de Crasquí. O local possuía uma faixa de areia um pouco mais larga e aquele mar azul, calmo e delirante de Los Roques.
Nós estávamos cansados e com fome depois do tour que tínhamos feito antes de chegar a Crasquí. O Chichi e seu ajudante fixaram nossas coisas e ficamos lá um tempo comendo, relaxando e curtindo o visual.
Depois saímos para explorar a ilha. Fomos para o lado esquerdo, mas andamos bem pouco, já estávamos próximos da ponta esquerda de Crasquí. Nessa ponta, depois de uma trilha demarcada por conchas, havia uma pequena prainha.
Voltamos ao guarda-sol e saímos para explorar o lado direito. Depois de alguns minutos caminhando, a faixa de areia ficou estreita e alguns locais tinham pedras. Passamos por alguns restaurantes, casas e abrigos.
Constatamos que o Chichi havia nos deixado no lugar mais tranquilo, bonito e gostoso da ilha. Retornamos ao guarda-sol e fomos conferir se o Chichi estava mesmo fazendo aquilo que ele havia prometido. E não é que ele estava.
Desculpa se você ficou com água na boca. Mas estava uma delícia. Quando chegamos na ilha ele nos deixou e disse que iria pescar umas lagostas para nós. Ele cozinhou as lagostas com água do mar. Delicioso.
Essa lagosta foi para fechar com chave de ouro nosso segundo dia em Los Roques. Nesse dia conhecemos lugares magníficos. E o dia seguinte também prometia, já que iríamos conhecer a ilha que era considerada a mais bonita de Los Roques: Cayo de Água.
A Laguna de Rabusquí e a Pelona de Rabusquí são duas atrações que conhecemos pelas andanças de barco em Los Roques. Elas ficam próximas do Palafito e a maioria dos passeios de barco que vão até Boca de Cote passam pelo Palafito e pela Laguna de Rabusquí. Já a Pelona de Rabusquí foi um bônus dado pelo Chichi (capitão de nosso barco), já que eu não tinha ouvido falar dela nos relatos que tinha lido antes da viagem.
As visitas na Laguna e na Pelona são rápidas, coisa de 20 minutos cada. A Laguna é uma região com um mar calmo e muito lindo, com grande concentração de estrelas do mar. Já a Pelona é um banco de areia no meio do mar.
Primeiro passamos pela Laguna de Rabusquí e ficamos impressionados com a tonalidade verde do mar.
O ajudante do Chichi pulou na água e nos trouxe algumas estrelas do mar para vermos. Elas eram bem grandes e só podiam ficar alguns segundos fora da água.
Ainda na Laguna o Chichi passou com o barco por uma região de mangue com mar claro, bem diferente dos manguezais barrentos que estamos acostumados no Brasil. Muito interessante.
Depois seguimos até a Pelona de Rabusquí, o primeiro banco de areia que conhecemos em Los Roques.
Nesse dia já tínhamos conhecido Boca de Cote e o Palafito. A proposta do Chichi era que passássemos o resto dia na Pelona de Rabusquí, onde ele prepararia uma lagosta para o grupo. Mas pelo roteiro que eu havia imaginado para Los Roques, se ficássemos na Pelona de Rabusquí não conheceríamos Crasquí, que é uma das ilhas mais famosas do arquipélago e muito recomendada nos relatos que tinha lido.
Expliquei isso para o grupo. Essa discussão sobre o roteiro foi ainda na pousada, antes de sairmos. Por sorte um casal de amigos que fizemos na viagem, o Thiago e a Viviany, também queria ir a Crasquí. E o restante do grupo também concordou em passar à tarde em Crasquí.
E foi uma ótima decisão irmos para Crasquí, gostamos muito da ilha. E no nosso último dia em Los Roques, ficamos em Bajo Fabian, que é um banco de areia muito mais bonito que a Pelona de Rabusquí.
Veja nosso vídeo da Laguna e da Pelona de Rabusquí:
O Palafito é uma construção de madeira sobre o mar onde vive uma família de pescadores de lagostas em Los Roques. Geralmente os passeios de barco que vão até Boca de Cote dão uma parada no Palafito na ida ou na volta, para que os turistas possam conhecer as acomodações dessa família.
Eles vivem no Palafito durante a temporada de pesca de lagosta, entre novembro e abril. Como nós fomos em novembro eles estavam por lá. Foi até um pouco esquisito, nós entramos e conhecemos a “casa” enquanto os moradores estavam nela. Uma mulher cozinhava, uma criança brincava e algumas pessoas limpavam peixes num cômodo.
Até pensei que eles iriam tentar vender alguma coisa ou pedir algum dinheiro. Mas nada disso, não nos pediram nada.
As acomodações são bem simples. É até difícil imaginar alguém vivendo num local desses. Mas é uma coisa comum para os nativos de Los Roques. Muitos pescadores passam a temporada de pesca em ilhas com pouca estrutura. A diferença dessa família é que eles vivem sobre o mar.
Olha o banheiro:
Viveiro de lagostas:
Não é qualquer simples mortal que abre a janela toda manhã e tem um visual desses:
